Sons da Natureza

Há uma parte de mim que está se perdendo, o elo –

Necessito da conexão,

Aquela que vem de dentro.

Olho para a lua,

Observo o seu tom avermelhado.

Será que estou perdendo a razão?

É um efeito sobrenatural,

Dos meus ancestrais, um sinal?

Triste perceber,

Ser a mão do homem -

Em tudo que toca,

Simplesmente o destrói.

O mundo está em chamas,

Florestas e mais florestas em tom ardil.

O que resta são apenas poeira e fumaça,

Sem pedir licença, fuligem invadindo as nossas casas.

Desfazendo o oxigênio,

Sufocando-nos gradativamente,

Transformando tudo em pó e cinzas.

Sinto-me ferida –

Estamos perdidos.

Queimando-me por dentro,

Os pulmões almejando falhar.

A Terra é um ser imenso e vivo,

Assim como somos –

Interligados.

Único sistema em sinergia,

Mas estamos nos destruindo –

Cortando o cordão umbilical,

Com Deusa Gaia.

Transformando tudo em um imenso umbral,

De almas vagando anestesiadas,

Vagando sem direção.

Deixando um rastro de destruição,

Sonhos desperdiçados.

Animais em sofrimento,

Propagamos o desmatamento.

Quanto tempo mais teremos por aqui?

Qual será o futuro das próximas gerações?

Toda escolha tem a sua sentença,

O Estado nos deixando sem nenhuma das opções.

De vivermos em um lugar limpo e arejado,

Sobrevivemos com um alvo no peito –

Qual será o pecado?

A Natureza clama por salvação,

Mas contribuímos com os efeitos da alienação.

A humanidade se tornando cada vez mais patética,

Enquanto, caminhamos de forma apática.

Sem nenhuma atitude,

Que configure um ato de bondade.

Vivemos à mercê da tecnologia,

No anseio em desbravar outros rumos,

Sem ao menos limpar o quintal de onde moramos.

A grande parcela perecendo à míngua,

Sem os direitos básicos de subsistência.

Os sombrios governantes negando assistência,

Sem água -

Sem comida –

Morrendo ao leu,

Sobre suas cabeças,

Somente o céu.

Em pleno século XXI a desnutrição,

Pagamos um alto preço,

Pela devastação.

O aquecimento global,

Os cientistas deram o alerta.

Com suas falas sendo negadas,

Potencializando o poder da polarização política.

E quanto à nós?

O que de nossas vidas serão feitas?

São inúmeras perguntas.

Sem alguma resposta.

Quais foram as cartas colocadas sobre a mesa,

Enquanto, degustam da sobremesa?

E quanto à nós?

Perambulando em retalhos pelo deserto da omissão.

O fogo matando à tudo o que encontra pela frente,

Maltratando a Terra.

Destruindo qualquer chance de brotar a vida.

A seca sufocando as nascentes,

E outras formas de vidas remanescentes.

Uma chaga viva,

Aberta em nossa essência iluminada.

Feridas jamais cicatrizadas,

Estamos vivos ainda –

Agonizando sem perspectivas.

Do Estado qual é a contribuição?

O que encontramos é somente retaliação.

Perdidos –

Vagando –

Munidos pela esperança.

Em meio ao desespero,

Acreditando em dias melhores.

Colhendo o desprezo,

De um Governo Oculto,

Colocando em prática a sua agenda global.

Promovendo a sua destruição em massa,

Em âmbito universal.

E quanto à nós?

E quanto aos animais?

Fora ou dentro de seu habitat natural?

Vidas inocentes,

Movidas pelo instinto da sobrevivência.

Desejando cumprir o seu papel no equilíbrio da Grande Mãe Natureza.

Não!

Não estou ficando louca!

Em meio à essa guerra sendo travada.

Só desejo que continuamos a escutar –

Os sons da Natureza.

E que em algum momento,

Possamos encontrar a harmonia.

Se chegará este dia –

Sinceramente, não sei.

A força nefasta do homem,

Não é e nunca será maior do que a do Planeta Terra!

Desejo tempestades de bonança,

Para que enfim, cesse esse sofrimento.

E renasça com total vibração a resiliência,

Em transformarmos este mundo,

Em um lugar habitável para todos,

Compartilhando a alegria.

Assim seja!

Sejamos luz!

13/09/24

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 13/09/2024
Reeditado em 13/09/2024
Código do texto: T8150689
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