E o mundo singra silêncios para dentro dos olhos de procuras de uma carta, de uma palavra que diga mais do que Se ousa sonhar... Abra o peito comigo Amor e deixe a luz do sol brilhar para dentro e para fora do coração. Sente! Indefinido e inescrutável amor que arde incansável no espaço de nossa janela do tempo profundo que nos permite estar em sintonia plena, respirando o mesmo ar, sentindo no corpo as mesmas gotas de chuva. Que importa conhecer o mundo e não caminhar em seus pra dentro pra conhecer o intenso, o profundo, o imensurável do amor e da paixão que nos habita? Que adianta dormir abraçado a uma estrela, amar seu perfume e calor e derramar lágrimas de saudade e dor no silêncio da noite por quem se encontra - racionalmente- distanciado de si? É quando choro por nós, choro por ti Amor... E como um dia me disse o Poeta:
"Deixa eu chorar o meu choro por ti,
Deixa minhas lágrimas molharem o meu rosto
(Se meu choro curar a tua dor, deixa eu chorar)
Também tenho choro não chorado por ninguém
A ti hei de fazê-lo, hei de derramar
Até a última gota de minhas lágrimas"
(Colemar Rios em
O medo que fere o meu medo
do livro Mãe D'Água, p. 71).