Uma História
Sentimento confuso, meio lusco-fusco, mais anoitecer que amanhecer, segue, sem alegria, a vida do cidadão.
Sem eira nem beira, com a rama espalhada pelos erros e falta de jeito, nada colhe nem recolhe, vez que nada semeou.
As sementes que carrega, no embornal que ao ombro leva; no semblante a carranca, o sorriso há muito escasseara.
Que dizer de quem tolera, a não ser a gratidão; peito sem seio não consola, nem conforta o cidadão.
Segue rumo ao caminho errado, ou ao certo, se o descobriu; na incerteza do que faria, logo que se viu sozinho.
Sentimento, não pese o peito, tão vazio e dorido; de angústia e solidão, já de muito tem sofrido.
A incerteza do que é, sem a beleza do que quis ser; segue à busca de seu rumo, semeando em chão batido.
A colheita, ele espera, a contar pelo desejo; chove lágrimas da dor severa, molha a terra ressequida.
Com o lábaro da esperança, a flanar na nova aurora; ei-lo erguer nova tenda, na incerteza da vitória.
Sua luta tornou constante, para quem de nada sabia; se encontrando e se perdendo, descobriu o que queria.
Hoje vive assombrado, não tem muito o que fazer; comodidade é ponto fraco ou não há o que fazer?
Descobrir-se e cobrir o leito, desse rio caudaloso; vai viver servindo sempre, até que possa só viver.
A jornada tem percalços, cada momento um desafio; entre o ser e o existir, surge a certeza do fazer.
Segue a luta, alça voo, sobrevoa o lago cristalino; vive a alegria do servir, no amor à utilidade.
Sem serviço, não haverá vida; sem a graça do sorriso, o amor é vão.
Viva a vida, cidadão!!!