EU E SETEMBRO

 

Nessa manhã de brumas no céu

eu estava pensando: eu e setembro...

Mas juro, não me lembro da última flor. Que fazer?

Não fiz versos no setembro passado.

Não fiz, mas restou a esperança

de alguma flor em meu fado poético.

E agora ela renasce em meio ao capinzal seco

feito a poesia que sempre engulo

em meio a essas brumas cálidas.

Eu não sei, mas talvez meu poema

seja “antes de tudo um inutensílio”

como dizia Manoel de Barros.

Senão eu não ficaria assim,

procurando rimas pobres.

Convém amassá-lo? Não sei...

Mas quem sabe seja hora

de inventar um novo utensílio

nesses dias de setembro.

Convém, mas eu não sei...

Há tantas brumas

que é impossível encontrar palavras...

Contudo, sempre acreditei

que faz bem uma porta aberta,

nesses dias de setembro.

Quem sabe ele me traga uma poesia.

 

 

 


IMAGEM: clicada há algum tempo na roça de meu irmão em algum setembro.

POEMA: sem qualquer inspiração. rsrsrs. Só para desabafar mesmo.