A consciência

A consciência esfaquea-me as víceras, pesa-me o corpo, lembra-me do que deveria fazer, do que deveria ter feito, do caminho que deveria seguir.

Não faço por indisposição, pelo ócio e seu vazio que enche-me de afazeres frívolos e inúteis. Estagnação, encontro-me preso, minhas pernas estão enterradas no chão. Mover-me? Não é possível. Não posso ir para a frente e nem para trás.

A consciência agride-me, degola-me e espanca-me. Sangro e arrasto-me sobre o chão sujo da minha vida corpórea. Minha alma chora, soluça e esperneia. Destinada a viver para algo que é elevado e sublime, encolhe-se dentro do corpo que não lhe proporciona o devido tratamento e destino.