DE QUANDO EM VEZ

"QUANDO CHEGAR O MOMENTO,

ESSE MEU SOFRIMENTO,

VOU COBRAR COM JUROS, JURO..."

“Ser a primeira pessoa do PLURAL, é ser essencialmente SINGULAR, onde o amor não pede complemento”; porém...

De quando em vez a saudade bate à porta;

De quando em vez nos vemos longe da pessoa amada;

De quando em vez alguém se vai, só por algum tempo pra distante do abraço;

De quando em vez é como o quebra cabeça, faltasse uma peça para o complemento do seu encaixe.

Por quando em vez, somos chamados a expiar e nos vermos privados da presença de quem nos acostumamos a ter bem perto de nossa mão, onde um simples toque de dedos, tocam forte o coração.

Somos um complexo de espírito e corpo, de sentimentos e sensações, e toda vez que a tarde chega e alguém se vai, por mais que o dia ensolarado tenha sido esplendoroso, o sentimento de ausência, faz nos perceber o quanto somos singulares com nós mesmos, mas também o quanto precisamos da presença da peça para completar o mosaico das nossas emoções.

Dissera antes, que somos espírito e corpo, e esse composto, quando se vê distante daqueloutro, quando se encostam, faz sentir o calor em pleno frio de agosto.

O plexo sacral, esse tão pudico e recatado, reage de forma independente ao seu condutor, que se vê amolando-se no esmeril, impoluto e afiado esperando setembro chegar.

“Amanhã vai ser outro dia... e quando chegar o momento, esse meu sofrimento, vou cobrar juros, juro...”(Chico Buarque).

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

01/09/24