Força

Que força é essa que nos exige comando?

Ai de nós, pequenos diante daquilo que parece estar além do que se chama compreensão, ordenando saber o que pode ser maior do que aquilo que somos forçados a ignorar...

Enquanto o nó se aperta por dentro, a angústia da rejeição subjulga qualquer qualidade esquecida quando só se pode lamentar uma falta que nos dobra perante a carência...

Mágoas, desejos,sucessos e fracassos, os opostos se chocando e se desfazendo, criando uma realidade não aceita, obrigando o que há de melhor em nós a se consolar com os restos de uma oferta...

Que força é essa?

Ou será uma fraqueza?

Um grito abafado que ecoa nos confins de um pedido negado, a falta de um chão para pisar e se manter de pé, um clamor por aquilo que fará com que brotos de alegria desabrochem trazendo qualquer motivo para prosseguir...

Ah, quem me dera apenas uma certeza... uma diminuta epifania dessa amplitude de sentir o desconhecido e se valer dessa ignorância para se implorar o perdão... uma misericórdia para uma ofensa proferida contra a autoestima, um castigo justo para aquele que se negou a enxergar o reflexo caótico do que se habituou a chamar de si...

Que força é essa... Será a da vontade?

Só um entender, um aspirar deixar de ser,um querer abandonar o que não nos serve embora apegados à ideia de necessidade como prova de amor...

Essa força... eu a quero... e me desespero por não tocá-la e por isso despencar desse precipício diário ao qual chamamos de presente, um presente dado de graça para os capazes de ver, para os que mesmo ofuscados pela dádiva, sabem que o escuro virá, ainda que a força de querer pulse em busca de mais, o sopro final será a brisa que acaricia após os cortes da tempestade, será o que somos quando a vida permitir a verdade enquanto caminhamos sem entender do que temos saudade...

Força... não me torne tão forte a ponto de negá-la... permita que fraco eu possa descansar em teus braços e assim aliviar esse peso que escolhi trazer quando sozinho, decidi me fazer... eu...