Foi

 

 

Não, do longo tempo que foi, não adianta se prender, o que não tem volta já se perdeu – guardar nas lembranças o quanto marcou a alma, porque a desventura serve de lição... A essa altura da vida, não importa mais… - ou, por isso a sua marca é de a desiludida, que seja. Os anos foram deixando marcas tão profundas, com olhos rasos percebemos que viver é feito de momentos e nada mais. Não, não vale a pena nas cicatrizes, tocar! A vida, outras novas irá lhe causar…

 

As tristezas perderam seu lugar, e a alegria por mais nada se reanima os longos anos que se foram tornou assim tudo parecer em vão… Sentir o presente a lhe abraçar, ou acenar para o futuro? - As marcas faz endurecer o coração, ou o enternece e calejado já não o faz sofrer? Às vezes me desconheço, e não me espelho nessa estranha que sou, não gosto dos seus pensamentos, ignoro o que lhe vai por dentro, já não interessa o tempo que se foi, o tempo futuro haverei de alcançar?

 

A música que tocou ao fundo da felicidade, também com a ilusão se foi... Tudo já foi, resta um pouco de sossego, é por esse restante de sopro de vida que insisto, e a vida parece arrastar-se, como a pedir arrego, não supero, vou amargando, tocando da alma todas as velhas feridas. Entre a vida e a nossa trajetória, tudo é só um caminho, vários caminhos, vamos passando, passando nesse túnel chamado de tempo... o resto ao redor é pura miragem, e nessa ilusão vamos, com a certeza de que findamos sozinhos.

 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 19/08/2024
Código do texto: T8132395
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