Solitude

"Solitude"

Em um canto quieto, onde o tempo se detém,

O vazio se desenha com traços imprecisos.

É ali que a solitude, com seu véu sereno,

Desnuda o coração dos ângulos excessivos.

A solidão não é cruel, nem adversa amiga;

É apenas um espaço onde a alma se encontra.

É o silêncio que embala, com suas mãos frágeis,

Os sonhos que se enroscam na sombra e se soltam.

Entre o murmúrio das horas e o eco do vazio,

Sinto a presença dos pensamentos desfeitos,

Como se o silêncio fosse um espelho profundo,

Onde se revelam os rostos da verdade em segredo.

Na solitude, o amor se desdobra em contornos sutis,

E o coração, antes agitado, aprende a respirar,

Não mais à mercê de vozes ou imposições do mundo,

Mas à escuta de si mesmo, sem medo de se amar.

É um campo vasto onde o eu se dilata e amadurece,

Onde a saudade se mistura com o desejo de ser,

E, em cada suspiro de um momento tão íntimo,

A solitude é a luz que nos ensina a renascer.

Rô Montano ___________✍

Rô Montano
Enviado por Rô Montano em 17/08/2024
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