O equilíbrio do amor
"O Equilíbrio do Amor"
Tudo tem o seu equilíbrio. No vasto universo das emoções, a balança da vida ergue-se, sutil e precisa. A ausência de amor, como um silêncio frio, é uma tristeza que gela a alma, um deserto de afetos onde o coração anseia por águas vivas, mas nada brota. A carência ecoa com um grito mudo que clama por consolo.
Por outro lado, o excesso de amor pode sufocar como um calor abrasador, uma chama tão intensa que queima a própria paixão. Nesse calor opressivo, a leveza dos sentimentos torna-se uma prisão, e a liberdade do afeto transforma-se em grilhões invisíveis. Assim, o amor, que deveria ser a brisa suave da primavera, torna-se um vento tempestuoso que arrasta a serenidade para longe.
Quem não vê não é visto. No palco da vida, aqueles que permanecem na penumbra da indiferença permanecem invisíveis, sombras no fundo do palco. Não há luz que os alcance, não há olhares que os reconheçam. Sua presença é um murmúrio inaudível, um sussurro que se perde na vastidão do desdém.
Da mesma forma, quem não sente não é sentido. A alma que se nega a experimentar a profundidade do sentir encerra-se em um casulo de indiferença, incapaz de tocar os corações ao redor. O sentimento é a ponte que conecta os mundos internos, o fio invisível que entrelaça as existências e faz com que cada toque, cada gesto, reverbere com significado.
Em tudo, o equilíbrio é a chave. Não há maior arte do que encontrar o meio-termo entre a carência e a plenitude, entre o calor e a frieza, entre o visível e o invisível. É na harmonia desses elementos que a vida floresce, e o amor, na sua medida certa, revela-se não como um fardo, mas como uma dádiva sublime, um equilíbrio perfeito entre dar e receber, sentir e ser sentido.
Rô Montano ___________✍