...Onde Vênus se esconde...

 

...Arrancou o que vestia, ultraje.
Omitiu o que devia, afaste.
Despertou o que dormia, resgate.
Dispersou o que feria, abate.

 

Inflamado ficou por dentro, amor.
Hipnotizado pelo veneno, torpor.
Atiçada a velha serpente, rancor.
Jogou o bote, cravou os dentes, curou.

 

Se Afrodite existia, pensou.
Dia e noite, noite e dia, procurou.
Dentro ela residia, encontrou.
À divindade que surgia, amou.

 

No esconderijo agora a deusa residia,
Ciumento, mas te digo a moradia,
Em ciclo eterno guardo a deusa que caminha,
É do começo ao fim desta poesia...

 

 

Poema pensado para tornar a leitura "infinita".
Os eventos simbólicos iniciam e terminam no mesmo lugar, no título do poema.