Confessos
E ficou o vazio. Restou a solidão.
Nos corações a sensação de perda é muito grande.
Como se sempre estivessem juntos,
E um não consegue mais acostumar-se sem o outro.
Como é estranha a casa vazia,
Como é doída a falta de ouvir passos.
O silêncio é um punhal que entra aos poucos na carne.
Rasga, fere, aniquila qualquer tentativa de resistir a dor.
E aí, entregam-se e ficam assim, olhando para o nada.
Ficam pensando que talvez não tenham tentado ao menos, perdoar.
Ficam imaginando que poderia ser diferente,
Ficam ensaiando pequenos sorrisos enquanto brincam com as lembranças...
Imaginar que nada restou do que foram,
Imaginar que tantos planos não representam mais nada,
Imaginar o tempo que lhes resta para quem sabe, um dia
Acalmar a dor da separação.
Estranho, mas agora se dão conta que na despedida,
Nada foi dito enquanto a porta se fechava.
Apenas deixaram mágoas falarem, mas elas não são nada.
Mágoa alguma poderá justificar estarem agora, sozinhos.
Em ambos, a dor da ausência.
Dentro de cada casa, o vazio.
Acontecendo em duas vidas, o desencontro
Dentro de cada dia, a mesma saudade...