MINHA POLTRONA SUJA DE SANGUE
Entrei, meio que zangado com o mundo
e pus meus pés no sangue derramado no leito da casa.
Limpei a poltrona e sai como querer dizer algo,
mas me conformei e fiquei calado. Não me contive
e tive que dizer para mim mesmo que errei.
As mãos cobertas de sangue, o pescoço coberto
de raiva, o corpo todo estremecido de dor.
Zangado continuei e só deixei de ser quando
vi pela vidraça um vulto.
Um vulto que me fez pensar, depois de pôr meus pés no chão
falei: tudo não passou de um sonho...