<>ARCO ÍRIS DE SOMBRAS: A PALETA DAS DORES HUMANAS<>
ARCO ÍRIS DE SOMBRAS: A PALETA DAS DORES HUMANAS
As dores humanas, essas companheiras invisíveis e omnipresentes, manifestam-se em uma paleta infinita de nuances. Se a dor tivesse cor, talvez eu fosse um arco-íris, vibrante e solto nas ruas, a exibir cada tonalidade do sofrimento e da superação.
A dor física, essa mestra severa, se apresenta de formas diversas para cada indivíduo. O que para uns é apenas um leve incômodo, para outros é um tormento incessante. A capacidade de suportar essa dor é tão relativa quanto a força de um fio de seda ao vento. Há aqueles que, como rochedos, enfrentam tempestades sem esmorecer, silenciosos em sua resistência. E há aqueles que, frágeis como folhas ao cair do outono, se contorcem e clamam por alívio, perturbando o sossego dos que com eles convivem.
Entretanto, são as dores emocionais que verdadeiramente afligem e dilaceram. Invisíveis aos olhos, elas serpenteiam pelo âmago da alma, enredando-se nos pensamentos e desferindo golpes certeiros no coração. Como sombras insidiosas, elas maltratam e machucam de maneiras que a dor física jamais poderia alcançar. A tristeza, a perda, o desamparo – são feridas que sangram sem cessar, mesmo que a superfície aparente calma.
As dores emocionais são como tempestades internas, que obscurecem o horizonte da mente. Não há analgésico que alivie a angústia de um coração partido, nem curativo que estanque o sangue derramado por uma traição. Elas exigem tempo, paciência e, sobretudo, uma força interior que muitas vezes desconhecemos possuir.
Neste vasto teatro da existência, onde a dor desempenha seu papel implacável, somos todos atores com máscaras únicas. Cada um carrega sua cruz, seja ela visível ou escondida nas profundezas da alma. E assim, caminhamos juntos, compartilhando os altos e baixos, os momentos de agonia e os instantes de alívio.
A dor, afinal, é também uma professora. Ela nos ensina a resiliência, a compaixão, a solidariedade. Nos faz valorizar os momentos de paz e alegria, e a encontrar beleza mesmo nas cores mais sombrias do espectro. Que possamos, então, aprender a acolher nossas dores e as dos outros, transformando-as em lições de amor e humanidade.
Astir*Carr
Foz do Iguaçu-28/7/2024