A Escolha Silenciosa
No âmago da existência, onde o tempo sussurra segredos esquecidos e a realidade se desenha em traços imprecisos, há uma encruzilhada onde almas perdidas contemplam a eternidade. Nesta intersecção de sonhos e sombras, cada passo é um murmúrio de decisão, uma dança silenciosa entre o ser e o não ser.
As manhãs nascem com uma luz pálida, que mal toca a superfície dos pensamentos. Cada raio é um convite ao despertar, um chamado para o encontro com o destino. Contudo, nas profundezas de muitos corações, há um desejo velado, uma busca pela quietude que só o desconhecido pode oferecer. É uma melodia suave, quase imperceptível, que ressoa nas notas da introspecção, convidando ao repouso.
No labirinto da mente, onde as perguntas se multiplicam e as respostas se escondem como estrelas na névoa, a consciência navega em mares de incerteza. Cada escolha é uma bifurcação, um ponto de inflexão que carrega consigo o peso de uma vida inteira. A liberdade, tão desejada, às vezes se revela como um fardo insuportável, e o desejo de soltá-lo se transforma em um segredo guardado a sete chaves.
Os dias se arrastam em uma procissão silenciosa, e as noites se tornam refúgios de pensamentos profundos. Em cada rosto, um reflexo de batalhas internas, de guerras invisíveis que deixam cicatrizes na alma. E assim, no silêncio de cada respiração, na pausa entre um batimento cardíaco e outro, existe uma escolha. Uma decisão que não precisa de palavras, que se forma na essência do ser e flui como um rio subterrâneo, invisível aos olhos, mas sentido no fundo do coração.
A solidão, companheira constante, sussurra promessas de paz. Ela veste suas vestes de serenidade e oferece um abraço em que muitos encontram reconforto. No silêncio da noite, quando o mundo adormece e os pensamentos se tornam claros como cristal, a escolha toma forma, não como um grito, mas como um sussurro suave, um chamado que ecoa na eternidade.
E assim, cada alma, em seu próprio tempo, faz sua escolha silenciosa. Não há júbilo nem lamento, apenas a aceitação de um destino inevitável. É a dança final, o último passo na coreografia da existência, onde a luz encontra a sombra e o silêncio se torna absoluto.
FIM