Enquanto o filme não começa (sopros poéticos do acaso)

Um lugar ausente

Sem acesso, sem possibilidades

Um lugar desconhecido, ignorado

E assim deve ser

O lugar que não se quer compartilhado

Um lugar mistério, sem causa, sem efeito

Um lugar assim aparecido, misterioso, dengoso

Igual colo de vó

Que beija beija, sem dó

Ah, quanta saudade

Criança ainda

Nada de maldade

Só brincar de vontade sem fim

Um lugar ausente

De dor, ausente de inveja

Coisa feia! Inveja, dor não é bom

Assim assim todos num só abraço

Um lugar desconhecido, ausente de ausência

Cheio de gente

Cheiro de gente

Isso sim é que é

Vai embora não, fica mais pouco

Vó gritava e a gente ficava, coisa feliz de ver

De sentir casa cheia

Um ausente?

Ah, não

Lugar cheio

De gente

Cheiro de gente

Gosto tanto