<<UM VULTO NA MULTIDÃO>>

Um Vulto Na Multidão

Astir*Carr

Caminho anônima no meio da multidão...

Não vejo rostos... vejo sombras que passam

Também não sou vista...sou apenas mais um vulto.

Não ouço uma voz...ouço murmúrios...

Na longa procissão da humanidade, caminho.

Mas o meu olhar busca o teu...perdido.

Sei que existe... sim está em algum lugar...existe...para mim

Existe para minha felicidade... ele existe.

Mas há séculos não o vejo...que brilho terá agora?

A poeira do tempo tenta apagar minhas lembranças... não permito. Não permito.

Essa luz... é como a luz da minha vida...

É minha esperança... minha guia.

Minha realidade, minha fantasia.

Cofre onde guardei todo meu amor um dia.

Porto onde ancorei o meu navio, para repouso dos mares.

Aquele encontro que aconteceu um dia

Aqueceu a minha alma fria

Dando razões de vida e alegria.

Volta para mim foi a frase que ontem eu lia

Sacudindo os trilhos onde eu dormia.

Vi de relance o olhar que me pedia

E ao mesmo tempo, com surpresa e alegria

Eu não pude atender o que ali continha.

Não tenho como voltar...digo isso com um soluço

Não posso contrariar tão poderosa lei

Não posso voltar, quase gritei...

Como voltar para um lugar

De onde nunca me afastei?

Astir
Enviado por Astir em 24/07/2024
Código do texto: T8113861
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.