Permitir

Se permita doer, cansar, sagrar, deixar as lágrimas escorrer por sua face.

Se permita usar todo estoque de promessas que tens aí, de transbordar o coração de emoções, de ralar os joelhos brincando de viver, de amar, de ser feliz.

Se permita dizer sim, quando na verdade era pra ser um não, de ter consciência de que os seus erros estão muito mais em alta do que os acertos.

Se permita escorregar quando não tiver equilíbrio, levar um belo tombo, ficar atenta para não acontecer um próximo.

Se permita falar sozinha, gritar para as paredes, ter ilusões, sonhos que só se realizam quando se está dormindo.

Se permita esperar quem nunca chegará, e ao olhar no horizonte a procura, uma tristeza sufoque a alma a ponto de vazar pelos olhos.

Se permita andar na corda bamba, não ter coragem de chegar ao final dela. A não encontrar o caminho de volta, pois esqueceu para onde deveria ter ido.

Se permita se jogar de cabeça no mais profundo de ti, mergulhar até a respiração sufocar, a adrenalina te levar de volta a si.

Se permita se chacoalhar por dentro, e virar tudo do avesso, e ver que as vezes era o lado certo.

Se permita perder a hora, o tempo, o que estava marcando pelo destino. A não acreditar nele, se rebelar com o que não é...

Se permita tirar as máscaras, a não ter medo dos sentimentos, perder o fôlego quantas vezes forem necessário.

E se permitindo terá como saber o que deveria ter feito, aceito, escolhido, permitido ou não...

Saberá o que foi o certo ou não, o bom, melhor, o pior.

Só assim poderá ter certeza se está no início ou no fim.