Em todas estrelas, eu…

“Há um murmúrio da natureza, me incrimina e castiga, que em si poetiza.

O fim do dia é um verso triste. A chuva o lê. Em minha janela vai caindo, vem junto com a noite, vem sem você.

Mas, agora, dorme, dorme, amor meu, em qualquer lugar em que esteja. Minha mente é o céu de sua cidade coberta sob o manto de estrelas; fica tranquilo, em todas as estrelas, meus olhos feitos sentinelas, em todas elas, eu, eu, eu.... Infinitamente. O sereno que te cobre são gotas da minha boca que não te beija. Este querer-te sem querer-te é veleidade, porque ando doente e não quero que sofra de verdade.

No ínterim, um pássaro azul lhe visitará essa noite, vindo do Cruzeiro distante, mitigará a saudade. E você voltará para mim doravante, de alguma forma, nos girassóis, nos livros, no silêncio, em São José dos Campos, nos meus olhos no parque, como antes.

Cibele Laura

Cibele Laura Oliv
Enviado por Cibele Laura Oliv em 20/07/2024
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