Em todas estrelas, eu…
“Há um murmúrio da natureza, me incrimina e castiga, que em si poetiza.
O fim do dia é um verso triste. A chuva o lê. Em minha janela vai caindo, vem junto com a noite, vem sem você.
Mas, agora, dorme, dorme, amor meu, em qualquer lugar em que esteja. Minha mente é o céu de sua cidade coberta sob o manto de estrelas; fica tranquilo, em todas as estrelas, meus olhos feitos sentinelas, em todas elas, eu, eu, eu.... Infinitamente. O sereno que te cobre são gotas da minha boca que não te beija. Este querer-te sem querer-te é veleidade, porque ando doente e não quero que sofra de verdade.
No ínterim, um pássaro azul lhe visitará essa noite, vindo do Cruzeiro distante, mitigará a saudade. E você voltará para mim doravante, de alguma forma, nos girassóis, nos livros, no silêncio, em São José dos Campos, nos meus olhos no parque, como antes.
Cibele Laura