Ataque surreal (26/06/2.024)

Machucados –

Feridos –

Devastados –

Chagas que jamais fecharão.

Olhos fechados,

O peito acelerado,

Sangrando em demasia.

O ecoar dos estampidos,

A rajada de tiros,

Em looping constante.

Quando cessará a sensação de queda livre?

O mesmo som –

A igual reação.

Batimentos acelerados,

Diante do silêncio repentino,

Ou do sossego dilacerado.

Os gritos de socorro,

Clamando por ajuda.

A corrida contra o tempo,

Para salvar vidas.

De contra partida,

Uma luta desleal,

Ataque surpresa –

Tão surreal.

Quantos mais serão alvejados?

Quantos menos sobrevirão,

A esta guerra sem noção?

Almas aflitas,

O desejo de compreensão.

Moradores –

Trabalhadores sem a plenitude,

Do ir e vir, negado o privilégio,

Correntezas, veios de um velho rio.

Como se não bastasse, o alvo no peito,

O vilipêndio em redes sociais.

Aos que ficaram, o grito preso na garganta,

A briga por manter a memória ilibada.

A verdade nem sempre é estampada,

Feridas de um momento para o outro abertas.

No olhar o apelo pela esperança,

Que respirem outra realidade, as crianças.

Com dignidade e respeito,

A humanidade vivida por direito.

Não oferecidas em doses homeopáticas, migalhas,

Que em algum momento possamos reconhecer as nossas falhas.

Olhos fechados,

O peito acelerado,

Sangrando em demasia.

O ecoar dos estampidos,

A rajada de tiros,

O looping constante.

Cocrio na mente,

Trago para essência –

Um lugar de paz.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 16/07/2024
Código do texto: T8108207
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