Uns lumes para reflexão

Tem muitas inúmeras coisas advindo.

O mundo gira feito gigantesca roda e com esse gritante girar do mundo, as coisas vão..., as coisas vem..., as coisas se ajeitam..., as coisas se ajustam..., outras se despirocam e se destabocam em despropositada conflagração.

Segurem aí que vocês vão ver onde vai bater!

Você vai saber de tudo o que está rolando e de tudo o que está acontecendo, sem nem mesmo sair desse seu assentado: leia livros, novos e antigos e até os não escritos; beba vinho envelhecido, sem inteira moderação; faça novos amigos, mas não deixe de manter os velhos!, e dos antigos ouça os chatos bons conselhos.

Se de tudo já viveu, ainda que aos trancos e barrancos, de certo sobreviveu ao teste imposto pelo tempo; de certo durará mais uma parcela de tempo. Seja o tantinho que for, será tempo suficiente para refletir de maneira que viva sua vida de forma prudente.

Tantas muitas almas por sobre esse chão!

Um acervo de pessoas aflitas com suas vidas!

E elas vem, elas vão, elas vivem, elas morrem..., e o mundo no seu incessante girar.

Quem de são consciência disso se apercebe..., certamente tem um fluxo introspectivo no pensar; mas quem assim não se avulta, patina na imperícia.

Entretanto, para quem ainda não despertou..., sempre tem uma próxima vez!

Chá das cinco com o chapeleiro maluco; troca de mesuras e agrados com sátiros; farpas entre soberbos soberanos aviltados; troças e chacotas com bardos retumbantes..., sublimação da insensatez, no mais alto grau.

Sempre haverá de ter mais um desviado perdido no vazio do próprio refletir!, longe do verniz dos holofotes!, lambido por desmedida demência!

E a imensidão do vazio existencial é abissal!

Assusta o mais intrépido grumete!

Nem carece do negrume da noite!, pois que a pretura, de todo certo, já está encastoada e marchetada no medo.

A imensidão do vazio existencialista, não induz o medo ou os temores..., pois que isso não carece de indução: já faz parte do pacote pânico; é uma fobia espetada na alma; é um terror incrustado no íntimo, tal como pedra rara em anel-aliança!

A imensidão do vazio existencial..., é enchida com doces e vaporoso pesares, que são aflições e angústias e desconsolos e de consternações dos muitos desprazeres!

São sentimentos soturnos encastoados no medo!

São penas impagáveis, por falha da castigância!

São tétricos pensares abarrotados de pavor!

São deveras sentidos lá no fundo do íntimo e, em verdade, são de pura e límpida pungência, carentes da purgação que lhe é por demais carecida!

E o mundo gira, feito gigantesca roda!, dicotômico e espargido em lamúrias!