Um dia, após outro dia...
E a cada crepuscular matutino, soma-se à luz do amanhecer o tagarelar da passarinhada em contraponto desvairado; anunciam-se para o novo dia como que zombando do penitente sol, que tem o fado de violentar as alvoradas; e, sem pudor qualquer, esse desvirginar de cada dia.
E semelha ser contagiante, esse desatinoso facho de luminescência efervescida, pois que se alastra: muitos outros bichos, além dos muitos outros pássaros..., taramelam nesses prenúncios de aflorar do sol.
E cada dia é um novo dia. Com novas peripécias, como novas birras, com novas ledices, com novas faceirices..., mas o tempo, inexorável, não parecer dar importância a essas galhofas. Talvez esteja cansado, uma vez que é velho de muito. Mostra-se mais e mais ranheta e birrento.
Mas o que dizer dos que sofre as agruras do tempo?! Um envelhecer morrinhento em perrengue que não tem aliviamento, no mais das vezes; no final das contas; no contar das embirrações e no somar mazelas...
Mas quero crer que nem todos padecem dos mesmos mal-estares. Nem todos tem a mesma predisposição de se aporrinhar de véspera. Nem todos compartilham da mesma desinfelicidade de ter a toxidade do envelhecer lhe tocando o ajuizar.
São definhares distintos!
Quero crer que sim!