Confissões de Uma Criança no Aprendizado Espiritual 8

Ai de mim se não fosse!!! como as correntes marítimas são para o Oceano! Em mim, como num fio terra, sinto o germinar do Amor Divino, fonte de todos os outros amores,que não se mede.

Eu Sinto. Não é passível de demonstração, sou caso indiferente para a ciência materialista, um fenômeno indemonstrável para os olhos que tudo mede.

Em meio às humanidades que externo, em meio aos erros e acertos na prática das minhas ações junto aos iguais, germina um amor que me revelou num novo tempo, segunda chance de vida.

Neste centro garantidor, confesso que descarrilhei da vida como era, passei ser serva de um propósito. A escrita. Além do destino ter ressurgido na faceta da mulher mãe.

Confesso que não esperançava, até pouco antes da doença, ser capaz de gerar um filho pela via natural, chegando a declinar do propósito de ser mãe.

Não vivo mais na vontade de uma individualidade fragmentada.

Passei, desde o segundo tempo inaugurado pensar eu e em todos, juntos, sendo. Mas na casca marginal, no âmbito do amor incondicional.

Purushatraya Swami, no Livro de sua autoria Bhagavad- gita, Em Seis Temas( História, Filosofia, Psicologia, Ética, Yoga e Misticismo), pág. 65, ao refletir sobre o Dharma, o propósito de vida do ser humano, traz uma referência de um tratado em Sânscrito sobre ética(Nīti śāstra), chamado de Hitopadeśa. Um verso que diz:

" Quatro atividades são comuns aos humanos e animais - comer, dormir, defender-se e procriação ". A segunda parte do verso afirma que o que diferencia os humanos dos animais é a noção do Dharma. Já os animais agem exclusivamente pelo instinto. O verso termina com uma afirmação forte: " Humanos que não seguem as leis do dharma, não são diferentes dos animais!"

Não me sentiria tão unida aos demais e única naquilo que realizo, se não fosse o liame subjetivo que me dá sentido de pertencimento, e propósito para a vida.

Nomeado o propósito de vida para eu mesma, onde por ele sou o objeto e o observador, me aloco num lugar na vida, com sentido e utilidade para a Grande Obra. Encontrando a liberdade.

Descasco uma a uma das camadas que me constitui, deixando para o mundo em fragmentos, livros.

Quando eu for, e não estiver mais aqui, a humanidade me lerá por meio do compêndio de livros que deixarei, pelas bocas que me escrevem, e que comigo convivem.

A meta é, da fumaça, não ser achada, pois não é o poder que busco, o do reconhecimento e realização com o feixe de ações que deixarei realizadas.

As óticas alheias que me trarão na memória do mundo não concorrerá com a que levarei comigo, a qual devo consideração e observância, a única que me subordino. A consciência.

O serviço realizado para a Grande Obra, que é de Deus.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 10/07/2024
Reeditado em 10/07/2024
Código do texto: T8103898
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