Presente de ninguém

Hoje eu te comprei flores, mas ainda não sei seu nome. Não conheço sua voz, seu jeito de caminhar, nem sequer te conheço. Nunca soube nem saberei o gosto do teu cheiro, mas pedi ao vendedor que te entregasse assim que achasse que deveria.

Então, a você, pessoa eterna e desconhecida, que parou ali naquilo onde o mundo faz a curva, bem ao lado da passarelinha, que se deparou com esse presente de ninguém, a você dedico as flores, guardo esta poesia.

Das flores eu conheço o cheiro, a cor e o jeito de reagir ao vento, e nelas é que será para sempre a tua imagem.