A-dor-nos
A- dor- nos invadiu...e eu que achava ser amor.
A-dor-nos mudou de lado, fez caminharmos em caminhos opostos.
A-dor-nos separou, abriu um abismo entre nós.
A-dor-nos consumiu, testou nossos limites.
A-dor-nos puniu, provamos desde o calor aconchegante até um frio estarrece(dor), feito mudança brusca do clima.
A-dor-nos colocou como adversários, de um lado eu, defendendo meu amor próprio, de outro você, tentando provar o seu valor.
A-dor-nos abriu os olhos, a cegueira da paixão caiu por terra.
A-dor-nos emprestou uma lupa, tudo ficou evidente e ampliado.
A-dor-nos entristeceu, nossos sentimentos ela esmoreceu.
A-dor-nos ofereceu escudos, paramos de revidar ofensas.
A-dor-nos dividiu, muros que não temos intenção de pular.
A-dor-nos sacudiu, percebemos que não temos mais a mesma sintonia de antes.
A-dor-nos alertou, que não valia a pena somar esforços para o quê não estava destinado a durar.
A-dor-nos fez repensar, mudar de planos.
A-dor-nos ajudou, mesmo doendo demais sentí-la. Em determinado momento, começou a caminhar no meio de nós, levando-nos a provar na pele , que é preciso latejar, infl(amar), para só então poder curar.
ADORNOS-foi o que nos fez confundir tudo, e de tanto adornar o que não era belo e não tinha mais elo, começamos a nos fer(ir). Entretanto, a-dor-nos libertou, dando a lucidez que tanto precisávamos para caminhar em paz, mesmo que em direções opostas...a-dor-nos ajudou a colocar um ponto final, finalmente paramos de nos fazer mal.