SEM PULSO DE POESIA

Ó sabia Calíope,

Perdoe essa minha triste oração,

Mas deixe me abraçar sua eloquência

E o dom de suas palavras toque em mim.

Sinto-me uma arvores seca

Caminhando sem rumo no deserto

O oásis de minhas palavras

Fugiu, não está por perto.

Aperto as minhas ideias e nada sai

Em mim anda tudo desconexo

Calíope, me aperta em teu amplexo!

Remove de mim essa loucura

Essa coisa terrível que me tortura

Traz de volta a minha inspiração.

Seria eu um homem sem sorte?

Será que já me sorri a morte?

Perdi a rima, o som, a melodia

Engoliu-me a noite escura e fria

Meu pensamento está tão bagunçado

Nesse caos eu me encontro tão cansado

Mesmo que ainda viva já estou morto

Se em meu peito não pulsar mais poesia.

JOEL MARINHO