Labaredas flutuantes

No mar daqui existe uma onda gigante, que vem e me leva para o alto.

Esta onda tem um ciclo, que como a Lua, é na crescente.

Me embola quando me toca.

Joga para cima quando me lambe ... me lança ao céu, me cobre com seu véu de gotículas geladas e minúsculas.

Essa onda vem em labaredas vermelhas, flutuantes e cai gelada em azul.

No mar daqui tem coral, tem até sal, e também um peixinho.

Seu nome é Jacinto, ele é todo listradinho, é cor de goiaba e também tem manchinhas brancas, mede cinco centímetros e brilha a noite quando passa pela onda.

É neon !

É Fluorescente.

Também faz glup-glup e come uns peixinhos menores ainda, tem um que ele come que tem meio centímetro e que também faz glup-glup.

No mar daqui tem o sol no céu, e bem em frente passa pela linha um trem que apita avisando a hora de seguir viagem.

No fogo da caldeira tem uma concha que veio do mar daqui, e quando a labareda sobe ela estala, e o fogo parece gritar socorro.

Eu grito SOCORRO.

Eu grito SOCORRO.

Eu grito SOCORRO.

Tem dentro de mim um mar, que se agita quando pensa em você.

Tem dentro de mim um fogo, que queima quando ainda sente você.

Tem dentro de mim uma dor, que dói quando minha mente escuta a sua.

Tem dentro de mim uma certeza : Labaredas se apagam com a água.

Labaredas flutuantes, uma hora bóiam ... e a loucura deste texto vem da certeza de ter que mudar.

Dentro de mim tem uma Luz e ela pisca ao pensar no futuro.

Minha lágrima apaga o fogo, minha mente esquece o passado.

FIM.