Pássaros
O que importa na expressão de uma escrita, é seu conteúdo interior, no sentido profundo, verdadeiro na fina essência, a cena descrita, vivida, sonhada. Vamos viajar, voar com nossos rabiscos, sem riscos, ariscos, sem medo. O instinto do voo dos pássaros, guardado no segredo das asas, que batem sincronizadas, com sua flexibilidade necessária, conjunta. Na luz do dia, observo o bando de aves das mais diversas espécies, voando na imensidão brilhante do céu azul, ensolarado. O forneiro na leve chuva, junta em seu bico, o barro untado da terra vermelha, consistente na construção de sua casa como fortaleza. Nas noites de frio, ouço o piar das corujas, e de outras criaturas diversas. Me aconchego num ninho seguro, secreto, protegido. Do campo para a zona urbana, atento-me no longo gorjear de sábias, bem-te-vis, diversos pássaros. Nas vilas e terreiros, as galinhas ciscam, ciscam o chão em busca de sustento. No alto das nuvens, a silenciosa águia com seu olhar longínquo, corretamente certeiro da presa distante, porém, próxima num pequeno instante. Nos jardins e florestas, os beija-flores tocam suavemente, diversas coloridas flores, no sugar de seu precioso néctar, com primor. Por sua prerrogativa apresentada, pela força da natureza viva, vivida. Um dia, sonhei que voava livre como uma gaivota, mergulhando em busca do alimento, que sustentasse o meu ser, a minha alma calada, esquecida. Logo acordei, despertando na verdadeira realidade, percebendo que ainda voava, com a plumagem suave, cores variadas, encantando, sorrindo. Isto é realmente uma sensação tremendamente indescritível, única e serena.