A sutil arte de não parar
É sutil, mas toca lá no coração
Como aquela música que nos arrebata, há um tempo que não volta mais
E logo não devemos nada ao tempo
A hereditariedade de uma vida em algumas escolhas
O caminho que separa é o mesmo que junta
Um sorriso ligeiro que termina com um beijo
Um desejo sorrateiro pintado num quadro
Um dia bom com cheiro de mar dourado
que o sol pincelou ao se despedir
Memórias de um céu invertido
de algumas vezes que o céu estava azul
mas o dia continuava nublado
a irreversível caminhada de quem acredita
Não no momento certo, muito menos na sorte
Mas na sua implacável vontade de não parar.