QUE CANTEM LIVRES

O tempo passa sem parar.

O fruto amadurece, o galho vai curvar,

O vento varre telhas, vidros a estilhaçar,

páginas em branco o livro a revelar.

Talvez não seja o amor que te faz falta,

nem o calor que faz a alma em sobressalto,

Não é a gravata que o peito tanto malta,

Nem a falta de dinheiro que traz o tal asfalto.

Ate o fogo brando, funde o ferro duro,

vê no asfalto, o jardim se crêes no futuro,

o sol nascente, rubro céu no escuro,

chama os povos a viver, um tempo puro.

Que as todos cantem livres, seus sonhos em murmúrio,

ensinando amor aos corações sem susto e sem dor,

que o passado entregue ao futuro, presente em augúrio,

Preparando o amanhecer, com brilho e fervor.