Insônia em Sonho
A menos de um quarto de hora para as cinco da manhã. Ainda não desisti de lutar contra a insônia, que me invade a contragosto. Flano em meus pensamentos. Monologo, absortamente, ensaios desvairados em pestanejos. É inútil. Ela, conscienciosamente imponente, refestela-se do meu corpo reteso e descarrilhado, não me permitindo o descanso, ademais, deixa-me impotente, abúlico. Meus bocejos me são contra ou a favor? Sinto-me holisticamente subjugado por essa anipnia. Sou atingido psicossomaticamente. Meus ais são autopiedosos. Entretanto, uma interrupção abrupta se sucede neste momento. Então desperto. Vocifero em silêncio. Colérico. Tenho uma hesitação momentânea, mas logo compreendo tudo. Crio uma coragem resilientemente vingativa. Doravante, forjarei um totem e tornar-me-ei onironauta para conseguir o que me propus a alcançar: não é senão suplantá-la... à guisa de lucidez.