Metamorfose
Cada um de nós é um quebra-cabeça no qual as peças se sustapõem, se encaixam de forma precisa. Nenhuma peça é errada ou acomodada ali por acaso, cada uma tem uma função específica dentro desse fluxo incessante de energia que nos envolve e move. Com o tempo cada peça se subdivide formando várias outras que continuam se subdivindo até chegar ao impalpável, o pensamento e as emoções.
As emoções desempenham o papel principal no cenário da nossa vida, no âmbito do nosso desenvolvimento e crescimento psicológico, emocional e espiritual.
Embora seja difícil entender certas emoções, elas estão ali desempenhando o seu papel. Dentro desse universo mágico das emoções a energia que nos envolve fluem e se cruza como luzes, algumas vezes clareando todo o nosso ser, outras vezes o escurecendo.
Não rara vezes, essa escuridão inesperada demora um pouco para se dissipar e é comum nessa fase a interpretarmos como ruim, como vazio. Mas será que esse suposto vazio está realmente vazio ou cheio de tudo e nós por não sabermos administrá-lo com sabedoria e o categorizamos assim?
Talvez um dos nossos maiores erros seja olhar de forma tão simplista e reducionista para nossas emoções e classificá-las em boas e ruins. Embora pareça contraditório todas as emoções têm o mesmo nível de importância no contexto do nosso aprendizado, apesar de inegavelmente umas serem mais agradáveis que outras, de algumas aquietarem nosso espírito e outras o atormentarem.
Mas é nesse emaranhado de mistérios que nos preparamos para o vôo, amadurecemos, adquirimos o tão sonhado discernimento e nos tornamos aptos para fazer nossas escolhas com mais sabedoria.
Será que quando nos tornarmos mais sábios e plenos conquistamos o nirvana e a paz que a alma tanto pede? Não sei, mas sei que nesse estágio estamos mais tolerantes, mais capacitados para administrar nossas próprias emoções e sermos mais complacentes com a dos outros. A sabedoria é o grande milagre da vida. Como se fôssemos borboletas: confusas no estágio do casulo e livres depois da metamorfose.