Distorções

Nas profundezas do ser, onde a luz rarefaz e as sombras se alongam, há um labirinto intricado de pensamentos em espirais infinitos. Cada curva revela um espelho craquelado e distorcido, com fragmentos de uma realidade que escapa ao toque e à razão. A mente, esse caleidoscópio incansável, desenha e apaga paisagens de um universo interior onde o tempo se dobra e a lógica dissolve.

No âmago desse reino volátil, pulsa a subjetividade, um prisma que refrata a verdade em mil cores, nenhuma delas absoluta. Caminhamos por corredores sinuosos, onde memórias e sonhos se entrelaçam em danças hipnóticas, guiados por vozes sussurrantes que ecoam do passado e projetam sombras no futuro.

É na intersecção dessas distorções que a existência se questiona. O que somos, senão percepções fugidias, uma sinfonia de impressões e sensações? A realidade, sempre à beira do desmoronamento, reconstrói-se em cada piscar de olhos, em cada suspiro, numa busca incessante pelo significado que nos escapa como areia entre os dedos.

Assim, navegamos pelos oceanos da mente, onde nossas certezas se desfazem em névoa e a verdade é um conceito elusivo e mutável, refletido apenas nos olhos daqueles que ousam encarar o espelho. E, nesse reflexo, não encontramos respostas, mas o infinito de nossas próprias distorções.

Betaldi
Enviado por Betaldi em 20/06/2024
Código do texto: T8089677
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