A Dádiva Indecisão
Ser visceral ou alegórico? Há magia na crueza fria da existência? Existe verdade sobre o voo angelical da imaginação? Sobre a corda bamba das experiências, caímos rumo à imprecisão do caos. A realidade carrega rochedos na cruz de pecados assombrosos. Quando contemplada — nos encruzilhamos no vazio que apedreja o espírito. Como é vil a trajetória desta terra escura. O compasso da decadência é o instinto dançante dos sexos. Nem a mais alta dosagem de vinho velho pode entorpecer a verdade. Em contrapartida, a glória imperial da humanidade resplandece o terreno fértil das possibilidades. Numa simbiose de intelecto e ideia, houve o nascituro dourado da beleza. É como se o brilho da lâmina pudesse brilhar na derradeira miséria humana. Isto é a imaginação.
Sentados, num clima fresco, e o Sol mostrando seu rico poder, gente de toda gente passa por nossos olhos. O céu continua azul; os bem-te-vis ainda são graciosos; as estradas dos bois ainda se adornam com a friagem da madrugada.
Nossa incerteza? Ela responde pela magia carnal das coisas vivas e misteriosas. Vinho bebemos para esquecer, mas também para celebrar o mundo. Quanta poesia se esconde na matéria imagética dos deuses…