O Fim ou o Começo?
Na penumbra do crepúsculo, quando o céu tingia-se de um laranja ardente, um homem e uma mulher se encontraram pela última vez. O vento soprava suave, acariciando as folhas das árvores e sussurrando segredos antigos. Eles caminhavam lado a lado, em silêncio, sentindo o peso das palavras não ditas e a leveza das emoções compartilhadas ao longo dos anos.
Seus olhares se cruzaram, carregando a profundidade de um oceano de memórias. Havia algo inexorável naquele momento - uma certeza velada de que aquele encontro era, de alguma forma, definitivo. Não sabiam se era um adeus ou um novo começo, mas sabiam que algo mudaria para sempre.
Pararam diante do rio que serpenteava pela cidade, suas águas refletindo as cores do pôr do sol. Ali, de pé na margem, finalmente se viraram um para o outro. A proximidade trouxe um misto de conforto e ansiedade, uma colisão de sentimentos que só quem já amou pode entender. Palavras foram desnecessárias; seus corações batiam em uníssono, comunicando-se de maneira mais profunda que qualquer discurso.
Então, suavemente, como se o tempo estivesse congelado ao redor, eles se aproximaram. Um toque hesitante, seguido de um beijo que selava anos de amizade e compreensão. Era um beijo que transcendia a carne e tocava a alma, um elo indissolúvel entre dois seres que se reconheceram nas nuances mais sutis da existência. Durou um instante e uma eternidade, como que imortalizado nas páginas do tempo. Ao se afastarem, se olharam novamente, com olhos que brilhavam não de tristeza ou alegria, mas de um entendimento mútuo. Sabiam que a vida os levaria por caminhos diferentes, mas aquele momento permaneceria como um farol, guiando-os nas noites mais escuras.
Então, com um último abraço, se separaram. O vento carregava suas últimas palavras, promessas silenciosas de reencontros em sonhos ou em outras vidas. Caminharam em direções opostas, mas não sem antes olharem para trás, sorrindo com a certeza de que fosse o fim ou o começo, haviam vivido algo raro e precioso.
O horizonte acolheu a despedida e o início, enquanto o sol mergulhava nas águas do rio, testemunha silenciosa de um amor que, apesar da distância, permaneceria eterno.
FIM (OU COMEÇO?)