Oh eterna solidão da minha espécie!
De minha gente que caminha tão sozinha,
Que vaga tonta no meio da massa,
Sentindo o cheiro da gente que passa.
Oh dor das noites solitárias!
Dos bares, cinemas repletos, lotados,
Da gente que sente, no meio da gente,
No meio da gente, passar não contente.
Oh ruído de bocas abertas para o nada!
Grunhindo vazios que enchem o espaço,
Vagantes pessoas perdidas de si,
Carregam o desejo de não ser sozinhas.
06/1998