Sonhos de amor
Um dia imaginei amar.
E na obstinação de meu desejo, sonhei um futuro sem corpo, uma vida sem alma.
Era paixão, não mais que paixão... Um querer desenfreado, uma dança sem música, um voo sem asas pelo qual insisti, persisti, lutei, sofri...
Vítima de minha insistência, refém do amor-próprio e do orgulho ferido, fiz desse querer o que de mais importante existia no meu viver. Pura loucura! Apenas loucura...
O tempo carrega sonhos assim como o vento carrega folhas e nunca se sabe ao certo, onde irão pousar. Mas ao pousar já serão mortos e o voo terá sido em vão. O preço se paga em tempo, em vida perdida.
O grito de amor precisa ecoar em nossos sentidos e somente assim poderá acontecer. O grito que se perde na amplidão apenas nos desorienta.
Errar é plenamente humano, mas usar da razão também o é.
Então abri meus ouvidos para ouvir de onde clamavam por mim... Foram os mais puros e sonoros gritos, que jamais serão esquecidos ou desprezados. Ali encontraria minha realidade e poderia ser a verdade na vida de alguém.
Poderia enfim, amar.