A Última Travessia
Caminhava por uma rua notoriamente evitada pelos demais moradores do vilarejo.
A neblina densa abafava os sons, e os postes de luz piscavam, desenhando sombras dançantes nos muros. Cada passo era um mergulho em um silêncio opressor, que deixava o coração cada vez mais acelerado, sem motivo aparente.
Ao chegar do outro lado, sentiu um breve alívio, mas algo estava errado. Olhou para trás e viu seu próprio corpo caído inerte nos paralelepípedos. Tentou gritar, mas nenhum som saiu. Finalmente entendeu: a travessia o havia levado para o outro lado - não da rua, mas da vida.