Janelas

Minha janela reflete o jardim.

Como num lago vertical,

ao fundo dela, outra janela

e depois um coqueiro verde,

depois ainda, maravilhosas nuvens

suspensas num imenso azul.

Bem depois o que os olhos da carne

já não alcançam

O infinito.

Levantei- me do sofá,

Ocorreu-me de pensar

que tudo se multiplicou e se multiplicará;

A janela real, a virtual e a que ficou na minha memória,

que agora transcrevo para este outro infinito

e para a memória de quem haver de ler.