A beira da estrada
Como um capim à beira da estrada
Ali, esquecido de si, junto a outros capins
E, no entanto, juntos compartilham a mesma natureza, a mesma realidade.
Às vezes sou esse capim junto a outros, e juntos existimos
À beira da estrada, sem destino conhecido, somos as marcas esquecidas de um tempo remoto. De um tempo, igualmente esquecido, porém, vivo e persistente que se realiza na sua própria teimosia de existir.
Levo a esperança, ao encontrar outros homens, outros capins, iguais a mim, nós em nós mesmos, sem intermediários
Numa natureza que seja igual, que seja una na medida de cada qual, sem superioridade, sem divisórias.
Seguir a longa estrada. Seguir os passos marcados dos outros antes de nós. Tudo como se a caminhada se faz caminhando, um continum movimento que se processa por cada passo dado. Não cessa quando se chega, nunca se chega quando o apito da partida já soou ao anunciar novos caminhos
E chegar pronto para partir, eis a profissão do viajante.
Conhecer outros mundos, outros capins, outras beira de estrada.