O bolo depressivo
Ana vivia aflita
Diabética e depressiva
Quando preparar bolo
Passou fazer parte de sua vida
E ao entrou numa comunidade
De anônimos depressivos
Foi que ele achou ainda mais
Para a vida um sentido
E começou a distribuir
Bolo para toda comunidade
Tantos elogios
Aumentava sua longevidade
Pela manhã fazia bolo
E seus recheios
A tarde embalava
E enviava pelo correio
A primeira coisa que fazia
Todos os dias ao acordar
E abrir o Zap
E ver todos seu bolo elogiar
Como se dizia
Toda unanimidade é burra
Mas ela não dava ligança
A esta insinuação estúpida
Mas ao acordar numa manhã
Deu de cara com um saco de açúcar
Esqueceu de por na massa
Isto sim foi uma coisa estúpida
Mas ao abrir o zap
Para desculpas pedir
Tantos elogios
Fez ela sobre a vida refletir
Nada melhor que uma guloseima
Para curar um drama
Com o pacote de açúcar
Fez doce de banana
E degustou sem dó
Até quando pode
E num ataque glicêmico
Teve uma morte doce