Abismado
Sigo abismado com o que chamam vida
Essa tocha flamejante que nos leva adiante
Cisma em nos queimar de instante em instante
Ora, se põe a tocar uma ópera bufa inconstante
Quem quer que seja o regente de tal orquestra
Tem no humor um toque sagaz e magistral
Humanos vivem saltitantes entre abismos
Vivenciam emoções entre abalos sísmicos
E retornam ao dia a dia sem o menor cinismo
Espanto com o meu desespanto frente a tal jornada
Não se pode levar a sério tal destino empetecado
Por ondas assombrosas, que nos dão caldos deslumbrantes
Ou por pequenas marolas que tomamos como ululantes
Gargalho entorpecido olhando para os meus caminhos
E vejo neles um sentido bem sentido...
Que tentei, com força e despudor,
Ser um andarilho destemido,
De uma trilha que tivesse amor
É só isso