Abismado

Sigo abismado com o que chamam vida

Essa tocha flamejante que nos leva adiante

Cisma em nos queimar de instante em instante

Ora, se põe a tocar uma ópera bufa inconstante

Quem quer que seja o regente de tal orquestra

Tem no humor um toque sagaz e magistral

Humanos vivem saltitantes entre abismos

Vivenciam emoções entre abalos sísmicos

E retornam ao dia a dia sem o menor cinismo

Espanto com o meu desespanto frente a tal jornada

Não se pode levar a sério tal destino empetecado

Por ondas assombrosas, que nos dão caldos deslumbrantes

Ou por pequenas marolas que tomamos como ululantes

Gargalho entorpecido olhando para os meus caminhos

E vejo neles um sentido bem sentido...

Que tentei, com força e despudor,

Ser um andarilho destemido,

De uma trilha que tivesse amor

É só isso

Marco Lirio
Enviado por Marco Lirio em 31/05/2024
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