Grunidos Vazios

 

Oh, eterna solidão da minha espécie!

Oh, eterna solidão da minha espécie!

De minha gente que caminha tão sozinha,

Que vaga tonta no meio da massa,

Sentindo o cheiro da gente que passa.

Oh, dor das noites solitárias!

Dos bares, cinemas repletos, lotados,

Da gente que sente o meio da gente,

No meio da gente passar não contente.

Oh, ruído de bocas abertas para o nada!

Grunhindo vazios que enchem o espaço,

Vagantes, pessoas perdidas de si,

Carregam o desejo de não ser sozinhas.

Marco Lirio
Enviado por Marco Lirio em 28/05/2024
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