Desilusão

Tempo feito de promessas, rostos e esperança

Momentos esperados com recusa de criança

Vontade ardente, dúvida encurralada

Fica-se triste esperando a volta da amada

Em nenhum momento espero a forte traição

E sinto o golpe compacto da foice que me abate

A surpresa inerte estampa-se na face

Qual vento que figura mil lâminas de areia

Saio afora com brasas amarradas no meu peito

Grito baixo, abafado, mordo o lábio constrangido

A surpresa, num fato, cai calada, num só ato.

 

Procuro por você que me falou

Que disse baixo, pra mim, juras de amor

Num bar, 4º chope, alguns beijos e alegria

Forte, entrando, enchendo as velas e se instalando

Ah o jeito meigo de olhar!

A confidência profunda indo ao fundo do meu mar

O abraço débil, o beijo ardente, a necessidade premente

De olhar, de ficar junto, tanta ternura, tanto afeto

Pra nada... Pra nada...

Pra fugir em disparada

Sem aceno certo, só pesadelo

A esperança vibra numa bolha aflita

Caminhando lenta em direção ao espinho

Vejo nela corpos, risos provocados

E sinto a sorte triste de quem se sentiu amado.

 

Te entendo, te compreendo,

Mas me perdoa, quem gosta não consente

Apenas entende

E se sente ferido que nem pássaro flechado

Pia triste, corpo mole, em sua queda para o chão.

 

Forte acodem entidades

Forças grandes, derradeiras

E o pequeno sopro de vontade

Corre longe, sobe as palmeiras

Afronta a luz, a luz do que?

Marco Lirio
Enviado por Marco Lirio em 28/05/2024
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