Ponto de vista
A vida carpe os quintais da alma a todo o momento e os aduba de emoções incessantemente. Os vitrais da saudade são muito distantes nas suas transparências.
De todos os silêncios espalhados no mundo, o maior se encerra nas molduras frias da ausência. Esta é como um buraco negro engolindo existências e lá na frente regurgitando histórias do pretérito.
Os seres são minúsculos na sua materialidade, mas são povoados de uma grandeza sem dimensões, que é a essência. E se permitem transbordar pelas abstrações e finuras dos sentidos. Então, vive-se concretamente e depois se deixa nas tênues linhas do espaço e do tempo, restringindo a quem permanece, os toques, sons e visões; Mas eles, inteiramente, ficam luzentes na placidez das missões cumpridas.
Felicidade e tristeza na verdade é o mesmo jardim; Às vezes florido em sorrisos, noutras apenas atapetado pelas cores sem graça daquilo que nos faz sofrer. A inconstância de tudo sempre determina os prólogos e os epílogos.