Acenos ou silêncio
Se de coragem se vestir,
o que se sabe é que não sabes o que dizer.
Apenas se envolve na conversa
tão pouco intimista.
Sem aprofundamento.
O tempo. O cotidiano.
A vida.
Talvez, assim seja melhor.
O modo universal de se achegar
sem estar perto.
Não há tanto risco.
E tão poucas as possibilidades.
Ficam os acenos
e cumprimentos.
Mas se tiver que dizer o que carrega consigo.
Talvez, fale do seu cansaço.
Da energia despendida nessa acirrada animosidade.
Talvez, fale do medo e orgulho.
Já nem sabe qual dos dois estão tão perto disso.
Talvez, peça desculpas.
Sim, desculpas...
Por não ter baixado a guarda a tempo.
Pelas vezes que ficou em silêncio em sua frente.
Apenas calado, mas com tanto a ser dito, ou, iniciado...
Por ter pensado mais do que deveria.
E não ter sentido o quanto podia.
Por não ter se apegado ao dia, e não em um dia.
Ou desculpas por não ter deixado
seu sorriso dizer o que precisava ser dito.
Aprendeu que ele expressa bem mais que suas palavras.
Assim, então, não estaria em silêncio.
Reagiria.