AH, O TEMPO...

AH, O TEMPO...

Como notívagos zumbis,

vagamos de alma em alma, buscando

um pouco de vida, de ar, de alento

para as nossas desilusões que o destino,

tão maldosamente, nos legou...

E fingimos, todos, que encontramos..

Como inconscientes vampiros, sugamos

do outro um pouco de suas energias que

de um outro foi sugada...

É um círculo vicioso...Mas nos contentamos

com isso.

Não sabemos mais, como amar de verdade?

Não lembramos mais o jeito de conquistar alguém

olhando nos olhos, dizendo verdades que

podem doer, mas que também podem tornar

alguém muito feliz?

A forma táctil, de sentir o calor de um abraço, o

sabor úmido de um beijo, a dança das línguas

entrelaçadas, dos corpos suados e cansados

colados um ao outro, pele na pele??

será que esquecemos, mesmo?

Não...não esquecemos...

Clamamos por isso, aos nossos travesseiros

molhados de lágrimas ardentes...

Mas o tempo...Ah, o tempo...O tempo de sonhar

e desejar que a realidade nos faça viver novamente

esses momentos, já passou... Sim, passou, mas não

nos nossos corações ainda vibrantes e cheios de

amor para dar....Nos nossos corpos que ainda ardem

e latejam de ansiedade, quando imaginamos que ainda

poderíamos ser amados, como "antes"...

Já nem sentimos saudades de passados...Sonhamos

agora, agora, no presente, com um grande amor!

Não tememos impossíveis...Não...Não existem

impossíveis...Existem, sim, outros seres tão

esperançosos e solitários, como todos somos...

Seres que tanto quanto nós, têm capacidade

de sonhar, de tecer castelos e esperar que alguém

venha lhes dar uma base sólida, com amor, compreensão,

companhia... Com quem possam conversar, que os tire do

silêncio forçado, que os faça soltar o grito retido

na garganta...

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 07/01/2008
Código do texto: T807244