entre fronhas, travesseiros e indumentárias

Eu colocaria nuvens em seus vasos de flores favoritos, digo isso pois colhi algumas hoje cedo. A quietude sussurrou para mim que amanhã eu deveria te beijar, afagar-te e segurar sua mão enquanto carrego palavras seletas como um amuleto ao redor do pescoço. O vinho desceu por nossas gargantas e tocou algum tipo de sino que ecoou a tarde inteira por nossos ouvidos, memoramos benignamente até o jejum fomentar uma primorosa aventura entre fronhas, travesseiros e indumentárias. Recepcionei a sua vivacidade como se estivesse recebendo o primeiro dia da primavera, as estações correram por aquele quarto e não havia portas ou janelas abertas para que fugissem para além do mormaço ocasionado pelo nosso contato. Eu tinha fome, eu tinha sede e pintei um oásis por detrás da minha vergonha, foi aí que tive certeza, se fossemos vistos, naquele instante, nos confundiriam por algo chamado insaciedade.