TRAGÉDIA PAULISTANA

PRIMEIRO ATO: O SOBRADO

(Esta história se passa em meados do século XX, no pitoresco bairro da Bela Vista, a pequena Itália, na capital Paulistana. Na parte alta do bairro há um sobrado com pequenas janelas, que dão vistas para o Anhangabaú e para a Liberdade. Próximo ao local do sobrado funciona a cantina Capuano, onde os novos boêmios costumam se reunir para comer, tocar suas canções e declamar versos românticos.)

O Sobrado da Bela Vista

Suspensa, uma nuvem passa sobre a humanidade distraída. O sobrado está assentado no alto de uma alameda perfilada de quaresmeiras. Sob duas pequenas janelas, abertas ao sol, belas chuvas de ouro crescem favoritas. Ao fundo no quintal, entre os florados limoeiros, os pássaros chilreiam formando uma linda sinfonia. Graciosa uma cotovia caminha, esgueira-se; seus passos delicados são contados sobre as raízes expostas da orvalha.

No jardim, de flores perfumado

as abelhas trabalham, plenas

em uma colmeia na melgueira.

No quarto, sobre a penteadeira, repousa

um livro e ao lado, um vaso com lindas flores.

A cortina da janela, quase aberta, expõe-se

para receber o sol fresco e intenso da manhã.

Lá fora, um jardim repleto de rosas e azaléias

convida-nos a caminhar e sentir seus aromas.

La Ragazza Chiara Monte Belo

Distraída, está defronte ao espelho, penteando-se.

Sobre a cama arrumada, descansa um lindo vestido

e uma bolsa cara, contra um lençol novo de cetim.

Ela abre um sorriso, Chiara está linda e completa.

Ela desce as escadas, circunda a sala de visitas

indo até a mesa servida com o café da manhã;

o cheiro suave do café exala-se pelo corredor.

Chiara não deseja o queijo, nem come frutas

ela apenas toma um suco e degusta seu café.

Na primavera a cidade fica feliz e projeta vida.

Há muitos turistas passeando pela 25 de Março,

onde se vende souvenirs caros e bugigangas.

As alamedas estão repletas de Cafés, lindos

e elegantes, como se Paris aqui se tornara.

Hoje ela tem planos de sair e ambicionar coisas

andar pela cidade, comer numa cantina italiana.

Chiara tem um gosto apurado, um olhar caro

de quem já viveu instantes opulentos antes.

As boutiques da José Paulino estão luzindo:

suas vitrines, seus manequins... Ela imagina:

quem me dera comprar algo estonteante!

Mas, o sino do relógio da Catedral impede-a.

(Como a hora foge sem dar-mo-nos conta

sem entendermos sua lógica sagaz?

Fugir da ansiedade, do tédio do instante

da alucinação contumaz das máquinas frias

talvez nos faça repensar o futuro próximo.)

Chiara não deseja voltar a Vila Madalena

nem ter Pompéia aos seus pés; sua ambição

é viver na monotonia da velha Bela Vista.

Ali é o seu regaço - nunca foi tão feliz na vida

nunca entendeu tanto o amor e o seu coração.

A Serenata de Carlo Martinelli

Lá do alto da Bela Vista (uma vila linda

e aconchegante) se podia ver a Treze de Maio

pela manhã, ainda caindo uma fina serração.

D'uma cadeira na varanda

ela podia ver Carlo, absorto

nas cordas do seu violão;

não havia escala segura

no bater do seu coração:

- Minha Paulistana linda

feita de garoa e paixão,

me abraça do seu jeito

acalenta o meu coração.

Seu violão violando...

vai fiando nota por nota

compondo sua canção.

Lá do alto da Bela Vista

se podia ver raiar o sol, lindo

como a beleza pura de Chiara;

cercada pela inflorescência

das quaresmeiras-roxas.

Rios serenos da várzea

serpenteando, descem ao Tietê.

Carlo ensimesmado vai fiando

nota por nota compondo sua canção:

- Minha Paulistana linda

feita de sol e paixão,

como não te amar tanto

meu perdido coração?!

Lá do alto da Bela Vista

ela podia ver o sol se pôr

sorrindo para a lua cheia.

Carlo sonha, imperturbável

alheio ao mundo em redor.

Seu violão violando...

entoando nota por nota

cantando sua canção:

- Minha Paulista linda

feita de lua e paixão...

como não te amar tanto

meu perdido coração?!

SEGUNDO ATO: A BALADA DE CARLO E CHIARA

O Romance Definitivo

Chiara agora poderá desejar noites com luares

poderá perder seu sono nas insônias longínquas;

Chiara agora é auspiciada, é declamada por Carlo.

Estar ao lado de alguém, trocar confidências, faz

dela uma mulher completa, perfeita e radiante.

1o. Cântico de Carlo: Café da Manhã

- Como me encantam, seus cabelos

caídos sobre a testa com rolinhos;

seu xale verde circundando-te a nuca

seu rosto sereno sobre a mesa servida.

- Como me comovem seus lábios

tocando na xícara de porcelana;

suas mãos deslizando o bule chinês

para uma bandeja de prata forjada.

- Me põem faminto, como bicho selvagem

a posta grelhada com creme de leite e limão

o pão com trigo exposto na doceria Mathilde.

- Me faço especial, em seus olhos viajo

me vejo romântico no cortejar dos pássaros

caminho pelas Alamedas dos Campos Elíseos.

São tantas as vontades que me definem!

2o. Cântico de Carlo: No Piano

- A música que o piano toca

me põe dengoso na poltrona.

Fico tão leve, absorto, absurdo

que finjo fugir de mim em você.

- O piano é a arma que me define

meus dentes cravados te devoram.

Você é a caça que persigo, a dor

que levo nos ombros arqueados.

- Ao fim do instante que te ofereço

a música que o piano toca, destoa;

o piano cala-se, fica mudo na sala

a porta abre-se, você entra solta.

- Você suspira e cerra os olhos

enquanto o piano vive e tem coração.

Eu espero como se fosse eterno

o movimento das teclas nuas e frias.

- Somos nós ainda, quase abraçados

desejando a crua emoção do toque.

Eu espero como se fosse eterno

e finjo fugir de mim em você!...

3o. Cântico de Carlo: A Dança

Era a poesia em movimentos

leves e insinuantes

com passos calculados e elegantes.

Era a poesia crua fluindo no ar

numa fragrância de suor e perfume

girando, saltando, bailando...

Era tão linda! Ela era toda poesia.

Todos os versos que partiam

dos seus lábios, dos seus cabelos

eram versos românticos e realistas.

Os olhos de Carlo não piscavam

e as palavras de sua boca emudeciam.

Ela, enquanto dançava, fingia

que não percebia que era admirada.

Era como um sonho de Casemiro

um personagem de Castro Alves.

Era um momento sublime

como se não existisse o tempo ao redor.

O tempo parou... tudo estava imóvel.

Carlo capturou a música, o poema

que enchia a página... era amor!

4o. Cântico de Carlo: La Serva Padrona

- Chiara, teu sorriso me cativa

me faz lúcido, me faz tão raro.

Só você, com sua graça me encanta

me ganha, me provoca um desatino.

- Chiara, teus olhos são estrelas

que iluminam o meu caminho;

as fitas do seu cabelo, laços

grilhões que me prenderam.

- Teu amor me enlouquece

Teu carinho, incrível, me acalma.

Tua boca me percorre, me paralisa

e teus olhos me vazam, me ferem.

- Teu suor me põe raro, te exala

como Eau de parfum, me encanta.

Tanta ternura em sua alma, me inflama

me faz sentir-me em sua pele.

Carlo se entrega, perde o coração;

não é mais resiliente, nem mais patrão.

Que me importa Troia ser derribada

se em minha cama tenho teus beijos!

TERCEIRO ATO: A TRAIÇÃO DE CHIARA

Chiara Monte Conhece Mateo Fontana

A noite chega com suas lâmpadas incendiárias.

A chuva cai indiferente e os cafés recolhem

casacos na noite molhada de São Paulo.

A mesa é rústica e as batatas fritas estão ávidas

exalando-se, alimentando-se de almas destituídas.

Um lenço se espalha, descontraído, num colo macio.

O girassol, no canto, entende o caminho dos poetas.

Ela o comove, ele perde o fôlego, seu olhar é armadilha.

Apanha-o pela mão, graciosa, sorri no canto dos olhos.

Ele é reto, estreito, lhe aperta contra o peito;

se ilude, se confunde, se afunda nas zangas.

Apanha estrelas, possui beijos azuis

tem sonhos dourados

pensamentos translúcidos...

Os cafés pensantes não dormem na madrugada

faça sol, faça chuva, faça frio, ele está cativo dela.

Tem nela um desquerer que desquer amar!

uma dor que se enleva

um beijo que ele celebra

o ciúme que ela renega

o orgulho que lhe cega

o egoismo, a queda!

1o. Cântico de Mateo: O Jantar

O poema está sobre a mesa, concreto.

A lâmina fria dispensada sobre o prato.

No vaso, fresca, uma rosa vermelha

exala a violência da sua boca nua.

- Meu coração exposto numa bandeja

bate silenciosamente, descompassado.

Gotas de suor, geladas, caem no chão

enquanto garfos e facas retinem no ar.

- Servido em carne crua, sinto o gosto

do seu batom e o cheiro da sua pele.

Sangue e água fluem do corte feito

e o vinho fresco escorre da taça caída.

- Do filé, mordido, falta um pedaço

expondo vísceras, sangue e costelas.

Segredos íntimos são desvendados

carne da minha carne, dos meus ossos.

- A noite ávida irriga nossos sonhos

com imagens e discursos de olhos.

Enquanto apago a lâmpada-estrela

a chama, acesa, dilui da vela a cera.

- Você deixa a gorjeta em meus lábios

fecha a porta; fico solto, esvaindo-me...

A cena confirma o fato; o corpo inerte

dispensa a pressa. Estamos apaixonados.

2o. Cântico de Mateo: A Flauta Infiel

- Desvestida, a flauta se insinua

linda, sua boquilha me desfalece.

Estou calado, minha alma destoa

mas a flauta está ali, composta.

- Me deslumbro com sua nudez

suas notas perfeitas me comovem.

Estou perdido... seus lábios me devoram

já não me reconheço nesta sinfonia.

- Sua imensidão me atingiu em cheio

não esperava ser tão demasiado seu.

Você, lembrança minha, como te amo

como sorri, como é macia sua pele.

- Como me atrae sua leveza... sua

beleza ácida, seu olhar profundo.

Temos desejos desperdiçados

no outono, nas cartas, no quarto.

A Partida de Chiara

Um dia... a música fluída cala

e o amor, alheio, também acaba;

aquele sorriso aberto se desvanece.

Chiara indiferente, deixa Carlo na sala.

Sem despedir-se, ela partiu.

Carlo corre, chama: - Chiara! Chiara!

Do portão aberto, seu perfume ainda se sentia.

O mundo de Carlo desabou...

1o. Poema de Carlo: Meu Poema

- Meu poema, como eras linda

como eras doce, tão minha...

Meu poema, como éramos

tão desapegados, tão nós...

Sua alma estava em mim!

- Mas, enfim, deixaste-me calado

sem qualquer palavra no peito.

Acordei, seu lugar na cama, vazio

sua bolsa de couro tinha partido.

- Ela me deixou aqui solitário, com

minha alma totalmente destruída.

Meu coração dolorido está no chão

marcado pelos sulcos dos seus pés.

Alcançá-la já não podia...

uma lágrima lhe corria no rosto

nenhum sorriso se abrindo

sua tarde estava escura

o mundo estava frio sem ela.

- Ela é como meu impossível

que não vejo, nem reconheço;

dela restaram apenas saudades.

Ela agora está tão feliz assim

em outros braços qualquer.

2o. Poema de Carlo: Poema Triste

- Meu poema parecia triste

cheio de dores e sem vida.

- Um dia, afastando-se da porta

ganhou a rua e partiu, sem volta.

- Fiquei estático, sem boca

sem reação, sem sentidos...

Tirou-me a alma o meu amor!

- Meu poema me feriu o peito

golpeou meu coração

e me deixou melancólico.

- Meu poema não sofre mais

sente-se livre, brilha os olhos

tem novos planos, suspira...

- Meu poema agora é saudades

é um amor sombrio e estranho

que não reconheço, nem acaricio!

A Carta de Carlo Martinelli

O papel cru absorve o sangue rubro

da caneta fria e solitária, que move-se

indiferente às lágrimas que caem

dos meus olhos avermelhados.

- Minha alma escorre pelas linhas finas

preenchendo de sentimentos e melancolia

a página tecida nas lembranças e saudades

da distância imposta pelo tempo.

- A flecha do cruel cupido, rasga minha alma

e transpassa meu peito traído;

meu coração, ferido, insiste em resgatar

momentos tristes outrora esquecidos.

- Preenchida a lauda com palavras e sonhos

preparo o envelope com um selo novo;

meus lábios secam, minhas mãos tremem

minha esperança some, meu sono foge.

- Pousa o pombo-correio no parapeito da janela

cinge o biquinho amarelo e voa n'amplidão...

Ah! como poderei ser feliz, se uma bolinha

de papel permanece ali, jogada no chão!?...

QUARTO ATO: A PRISÃO DE CARLO

Aspettare e Non Venire

Lembranças dela invadem-lhe:

um toque desavisado na porta

um telefonema fora de hora...

- Tudo lhe faz pensar nela.

O sobrado desbotado suspira sua ausência;

a cadeira de balanço está vazia na varanda;

os lençóis da cama ainda são os mesmos.

Os pássaros já não chilreiam

as flores murcharam no jardim,

nem há frutos nos galhos do limoeiro.

Carlo Martinelli Vinga-se em Mateo Fontana

A noite cai sobre o mundo como uma nuvem silenciosa.

O relógio conclui suas horas com lágrimas, fel e brasas.

De repente, o sol se desfaz escondido por detrás dos montes.

Em sua partida, surgem no céu meia dúzia de estrelas.

Carlo não subverte, pensa em cometer um desatino, obriga-se.

Chiara não desiste um dia sequer

nem nas curvas da sua boca

nem à sombra dos seus cabelos.

São Paulo tem malfeitores à espreita, armados com vinganças e traições.

Surge um vulto das sombras, com um punhal brilhante e ataca subitamente.

Mateo cai em decúbito ventral (uma pátria feita de esperança tomba madura).

Sua voz agonizando, seu perfume consumido, um corpo estendido.

O inverno, a noite vazia

repetindo-se, sem vida.

São Paulo quase calma

São Paulo quase sonho

São Paulo quase nossa

repetindo-se... - amanhã

outro Mateo será morto!

O Cárcere de Carlo Martinelli

O ciúme maldito, traiçoeiro e pérfido

é dono das almas pequenas e atribuladas.

Carlo tudo fez para alimentar seu amor egoísta

e perdeu-se em desejos e sentimentos nocivos.

- Estas algemas serão sempre minhas companheiras

portanto, jamais terei descanso ao pé do álamo;

não verei os montes descampados e floridos

no inverno augusto solitário.

- Serei deserdado do amor, caminharei a triste senda

terei alucinações perplexas num cantinho do universo;

terei caminhos forjados com lágrimas, ruína e fracasso;

será o meu fim, meu descaminho, minha eterna angústia.

- Pelicano triste, Uberto só, sou eu:

desamparado, sem manto, nem fé

sem nada na alma que me console!

- Porque foste tão cruel comigo

unindo-se a esse patético operário?!

Chiara visita Carlo e ouve seu lamento!

- Agora, minha tristeza se alargou como uma queimada,

que se desfaz quando a chuva se precita sobre sua chama.

A minha tristeza se alargou como uma represa cheia,

que se desfaz quando as águas rompem sua barreira.

- A minha tristeza se alargou com sua ausência

a minha tristeza se alargou sem sua companhia

a minha tristeza se alargou sem o seu sorriso

a minha tristeza se alargou dentro de mim.

- Você era minha alegria, minha doce voz; que fazia mover minhas angústias.

Agora sou como uma árvore no outono, que perdeu suas folhas, suas flores;

Agora um vazio me cerca, me abate; uma grande nuvem se estendeu no céu.

Agora estamos tão distantes do amor, só restou uma desilusão fria.

- O que posso contar de nós? Como éramos livres e leves!

Como éramos frágeis alimentando-nos de carinho.

- Nosso desejo intocado almejava tornar-se completo.

Minha vida era você, agora só me resta a saudade;

agora a nostalgia me permeia... você não está mais aqui!

- Um sorriso seu me fazia feliz!

Eu seria feliz outra vez, se você fosse possível

eu seria feliz, como as flores na primavera.

- Um olhar seu me fazia feliz!

Eu seria feliz outra vez, com você dentro de mim

eu seria feliz, como os frutos no outono...

EPÍLOGO: A SOLIDÃO DE CHIARA

Chiara está Frágil e Solitária

- Estou cheia de sensibilidade e fragilidades

estou em vigília e não descanso meus olhos.

Sou como um riacho onde a água escorre

pelos poros e cascalhos do desfiladeiro.

- Estou frágil ante o amanhecer dos pássaros

e guardo amores tão puros num envelope.

A fragilidade que eu defendo me faz forte

e constrói um mundo real e verdadeiro.

- Estou débil, num mundo desconstruído e mordaz.

Estou exposta às indelicadezas dos rústicos

que desfazem da ingênua maneira dos simples.

- Mateo, se eu tivesse um coração eu te daria a vida!

Se eu ainda tivesse um abraço eu te daria carinho!

Como era forte o amor queimando em meu peito.

Chiara Despede-se de Mateo Fontana

Que manhã fria

amanhecendo na Bela Vista!

Como numa foto antiga

o dia nasce, preguiçoso

banhado por um sol pequeno.

Duas janelinhas desgastadas

guardadas por vasos de orquídeas

permitem entrar furtivos raios de luz.

Lá fora, no jardim, hortênsias

e lindas roseiras

dispensam flores aos cabelos dela.

Ela está acomodada no sofá

pensativa, com olhar distante

cabeça sobre a almofada;

sobre o tapete, estão as sandálias.

Ela suspira, quase líquida

esvaindo-se como ampulheta.

Lembranças, saudades

melancolias caem sobre ela.

Há nela um sentido, uma perda

que a permeia e a apavora.

Tarde chuvosa, chovendo

música suave tocando no piano.

Calada, ela colhe flores no jardim.

Ela caminha na Consolação

insólita, pálida, chorosa e só

derrama lágrimas no Araçá.

Ela deseja o pôr-do-sol, caindo

sobre o Arouche, no Anhangabaú.

Ela deseja o suave aroma do café

que faz convite ao paladar noturno.

Regressar ao vale, caminhar

lhe trás boas lembranças ainda.

A Brigadeiro é um caminho íngreme;

mas, voltar pra casa lhe satisfaz.

Passam pernas, passam colares

de todas as mulheres paulistanas.

Passam jardins, passam luzes

de todas as avenidas paulistanas.

Apagam-se as lâmpadas

ela fecha a janela do quarto;

cala-se a cidade, ela desfalece

o mundo jaz em São Paulo!

NivaldoRibeiro
Enviado por NivaldoRibeiro em 26/05/2024
Reeditado em 03/06/2024
Código do texto: T8072286
Classificação de conteúdo: seguro
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