E Porquê não escrever?
Até onde me levará essa tal liberdade?
Depois dos muros caídos!!! Ouço minha voz gemida, que ecoa do passado absoleto.
Ouço meus passos, nas pernas acorrentadas pelos condicionamentos, quando ardia no corrosivo das emoções, sem chance de tirar a mordaça, porque minhas mãos debulhavam as incertezas de quem era.
Trazia Deus por entre folhas de livro na bolsa cara.
Folheava ele como letra morta.
O espírito que me movia, atuava nas profundezas do Ser. Mandava impulsos.
Notava-o quando do riso, aqueles das raridades de estados de felicidade, esvaziada os pulmões até o exaurimento, chegando a perder a compostura.
Sentia Deus nos instantes raros, naquelas esquinas acinzentadas.
Deus à conta gotas, num banho de cachoeira, numa caminhada em meio a natureza ao final de tarde, num beijo caliente que era roubado pelo menino que conseguia furar barreiras na blindagem que criava para não ser.
Cheguei raspar feridas no campo anímico, nas angústia vividas na mocidade, somente para ver se Deus me visse.
Pura insanidade, provinda do esmero com que tratava a Fonte Primeira no auge do servil escravo, num materialismo espiritual.
Estou aprendendo, ainda no jardim de infância, neófita na escola da moral superior, a despedir de um dia vivido, onde não existe mais muro entre Eu e ele, Deus.
Vivo um agora que se esvai, irrepetível.
Não existem mais muros. Respiro.
As angústias que ainda por mim passam, os erros que me são revelados, meus e dos outros, passam, vem e vão.
Sou.
Respiro o Respiro das Almas, feixe de emaranhados de um monte delas coligadas junto à Fonte Primeira...dá para entender?
Não poderia ter morrido.
Doze
anos de pura depuração Kármica.
E o resultado disto foi, combinação de sofrimentos e realizações.
Sinto Deus.
Sinto a vida.
Não poderia ter morrido antes.